Em 13 de setembro de 1987, Goiânia foi palco do maior acidente radiológico do mundo fora de uma usina nuclear, resultando em quatro mortes e mais de 600 pessoas contaminadas. A tragédia, que envolveu a contaminação por Césio-137, deixou marcas profundas na saúde física e mental dos sobreviventes, que lidam com ansiedade, depressão e estigmatização social. Trinta e oito anos depois, a memória do acidente reacende debates sobre a responsabilidade do poder público, especialmente após a Assembleia Legislativa de Goiás aprovar mudanças na lei que regula o atendimento às vítimas. Essas alterações visam incluir a especialidade de psiquiatria e flexibilizar regras para a emissão de laudos, buscando corrigir lacunas históricas no acompanhamento das vítimas. O legado do Césio-137 também destaca a necessidade de políticas de prevenção e fortalecimento da vigilância sanitária, reafirmando que a tragédia não deve ser esquecida, mas sim servir como um alerta para garantir a saúde pública e a gestão adequada de resíduos perigosos.