O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou nesta segunda-feira (15) o voto do colega Luiz Fux, que foi o único a defender a absolvição de Jair Bolsonaro (PL) e de seus aliados na ação sobre a tentativa de golpe de Estado. Em um voto extenso de 14 horas, Fux considerou Bolsonaro e outros cinco integrantes do chamado ‘núcleo crucial’ inocentes das acusações feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), exceto em relação a dois acusados. Mendes apontou que o voto de Fux está ‘prenhe de incoerências’, questionando a lógica de condenar apenas dois dos envolvidos enquanto absolve os demais.
Além da crítica ao voto, Mendes também se manifestou contra a proposta de anistia ao ex-presidente e outros acusados, considerando-a ilegítima e inconstitucional. Ele enfatizou que tal medida representa um crime contra a democracia e uma grave lesão à cláusula pétrea da Constituição. O ministro ressaltou a importância da unidade do STF diante dos desafios atuais e destacou que o Brasil deve servir como exemplo mundial no combate a tentativas de golpe e na defesa das instituições democráticas.