Na noite de 29 de setembro, Gilberto Gil, Caetano Veloso e seu filho Zeca Veloso se reuniram na casa onde viveu Francisco Tenório Cerqueira Júnior, no Rio de Janeiro, para prestar homenagem ao pianista brasileiro. Amigo dos músicos veteranos, Tenório Júnior foi vítima da ditadura militar e teve seu corpo identificado após cinco décadas. A confirmação veio por meio da comparação de impressões digitais realizada pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) e pela Equipe Argentina de Antropologia Forense (EAAF).
Francisco Tenório Cerqueira Júnior desapareceu em Buenos Aires em 1976, quando acompanhava uma turnê dos músicos Vinícius de Moraes e Toquinho pela Argentina. Na época, ele tinha 35 anos e era reconhecido como um dos pianistas mais respeitados do Brasil na década de 1970. A identificação do corpo representa um marco importante para as famílias das vítimas da repressão e para a memória histórica das perseguições políticas ocorridas durante o regime militar.
A homenagem promovida por Gilberto Gil e Caetano Veloso reforça o compromisso de manter viva a lembrança das vítimas da ditadura e alertar para os riscos da repressão política. O caso também reacende o debate sobre justiça e reparação histórica tanto no Brasil quanto na Argentina, destacando a importância do trabalho das comissões de direitos humanos e da antropologia forense na busca por respostas e reconhecimento.