Um frigorífico localizado em Jaguapitã, no norte do Paraná, está sob investigação por omitir acidentes de trabalho e operar com níveis de ruído superiores ao limite legal. Desde segunda-feira (1º), uma força-tarefa composta por órgãos como o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Receita Federal realiza operações na empresa, que conta com aproximadamente 3 mil funcionários. Durante a fiscalização, foram identificados 700 casos de afastamento relacionados a doenças ou acidentes, enquanto apenas 140 foram comunicados ao INSS.
As autoridades constataram que setores da empresa apresentam níveis de ruído que ultrapassam 85 decibéis, o que é considerado insalubre. O promotor Lincoln Cordeiro destacou que a empresa não recolhe o adicional de insalubridade, o que pode afetar a saúde dos trabalhadores, incluindo gestantes. Além disso, o delegado da Receita Federal, Reginaldo Cardoso, alertou que a subnotificação pode prejudicar a aposentadoria dos funcionários, que têm direito a se aposentar em 25 anos devido ao risco ao qual estão expostos.
Nesta terça-feira (2), alguns setores do frigorífico foram interditados e as fiscalizações continuarão ao longo da semana. Se as infrações forem confirmadas, a empresa poderá ser penalizada com multas tributárias e administrativas, além de responder judicialmente pelas irregularidades. O Grupo BTZ, responsável pelo frigorífico, afirmou estar colaborando com as autoridades e repudiou informações falsas sobre a situação.
