A França atravessa uma crise política significativa com a recente queda do primeiro-ministro François Bayrou, que perdeu o voto de confiança na Assembleia Nacional. Com 364 votos contra e apenas 194 a favor, Bayrou se torna o quarto primeiro-ministro a deixar o cargo no governo de Emmanuel Macron em dois anos, refletindo a crescente divisão no legislativo e na sociedade francesa.
O sistema semipresidencialista francês, que já demonstrou resiliência em tempos difíceis, agora enfrenta um teste severo. A paralisia legislativa se intensificou desde o início de 2024, com os centristas de Macron dependendo de alianças pontuais com grupos de esquerda e direita. Enquanto isso, partidos extremos como o Reagrupamento Nacional de Marine Le Pen e a Nova Frente Popular de Jean-Luc Mélenchon ganham força nas intenções de voto, complicando ainda mais o cenário político.
Diante dessa situação, Macron tem poucas opções: nomear um novo primeiro-ministro ou dissolver o parlamento para convocar novas eleições legislativas. Contudo, pesquisas recentes indicam que seu partido, Ensemble, está em terceiro lugar nas intenções de voto, o que poderia resultar em um governo de coabitação e perpetuar a paralisia legislativa. A crise atual não apenas afeta a política interna da França, mas também levanta preocupações sobre a estabilidade das democracias ocidentais em um contexto global desafiador.