O Brasil registrou uma queda de 17,5% nas exportações de café em agosto de 2025, totalizando 3,14 milhões de sacas, segundo o Cecafé. Apesar da diminuição no volume, a receita cambial aumentou 12,7%, alcançando US$ 1,1 bilhão, impulsionada por altas nos preços internacionais. O recuo foi exacerbado pelo tarifaço de 50% imposto pelo governo Donald Trump, que fez com que os Estados Unidos deixassem de ser o maior comprador do café brasileiro, com uma redução de 46% nas importações em comparação ao ano anterior.
A Alemanha agora lidera como principal destino das exportações brasileiras, adquirindo 414.000 sacas em agosto. O presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, destacou que a taxação norte-americana também afetou os preços internacionais do café arábica, que subiu 29,7% na bolsa de Nova York após a implementação da tarifa. Ferreira alertou que a continuidade dessa medida pode inviabilizar as exportações para os EUA e elevar os preços para os consumidores americanos, que já enfrentam um mercado ajustado devido a adversidades climáticas.
No acumulado do ano até agosto de 2025, as exportações totais somam 25,323 milhões de sacas, com uma queda de 20,9% em relação ao ano anterior. O Porto de Santos permanece como o principal ponto de embarque, respondendo por 80,2% das exportações. A situação atual do mercado de café reflete não apenas as condições climáticas e produtivas no Brasil, mas também as complexas relações comerciais entre os países envolvidos.