Dados do Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé) divulgados nesta terça-feira (9) mostram que as exportações brasileiras de café sofreram uma queda de 17,5% em agosto, devido às tarifas de importação de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre a maioria dos produtos brasileiros. O Brasil, que é o maior produtor e exportador mundial do grão, atendia quase um terço do mercado norte-americano, mas agora viu suas vendas caírem para 3.144.422 sacos de 60 quilos, comparados a 3.813.000 sacos no mesmo período do ano anterior.
A medida do governo Trump, que ocorre em meio à oposição ao julgamento por tentativa de golpe do ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado político do republicano atualmente em prisão domiciliar, fez com que os Estados Unidos deixassem de ser o maior comprador de café do Brasil, ocupando agora a segunda posição com apenas 301 mil sacos importados. Este número representa uma queda de 46% em relação ao mesmo mês do ano passado e reflete negociações realizadas antes da implementação das tarifas.
Além disso, a Cecafé destacou que o aumento abrupto das tarifas desorganizou o mercado e abriu espaço para especulações, afetando também o mercado interno norte-americano, que não possui outros países capazes de suprir a ausência do Brasil. Desde a entrada em vigor da tarifa em 7 de agosto, o preço do café arábica na Bolsa de Nova York subiu 29,7%. No acumulado de janeiro a agosto, o Brasil exportou 25,323 milhões de sacos, uma redução de 20,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, embora a receita tenha alcançado um recorde de US$ 9,668 bilhões devido à alta dos preços internacionais.