Na manhã desta quinta-feira (12), durante o Salão do Panetone em São Paulo, Rodrigo Iglesias, diretor internacional da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias, Pães e Bolos Industrializados (Abimapi), recebeu um áudio de um comprador de panetones nos Estados Unidos. O comprador buscava apoio para participar de um evento em Miami, onde são firmados importantes contratos de exportação. Os EUA representam 50% do mercado comprador de panetones do Brasil, e mesmo com o tarifaço imposto pelo governo Trump, que ameaçou 75% dos embarques, as exportações para o país cresceram 130% até agosto, com 1,8 mil toneladas enviadas e um faturamento de US$ 6,7 milhões. A expectativa é manter esse volume até o final do ano.
O Brasil, embora não supere a Itália em exportações totais, abriga a maior fábrica exportadora mundial de panetones. Desde a pandemia, o número de mercados atendidos aumentou de 37 para 50, com países como Japão e México apresentando crescimento significativo nas importações. O sucesso do panetone brasileiro é impulsionado pelas empresas associadas à Abimapi, que respondem por 95% das exportações do produto. O panetone se destaca por seu alto valor agregado e é o quarto item mais relevante na pauta exportadora do setor.
Apesar das tarifas elevadas, Iglesias destaca que as empresas têm se adaptado, reduzindo margens e focando em produtos específicos para o mercado americano. O setor está otimista quanto ao futuro, com planos para reverter a situação tarifária e incluir o panetone na lista de produtos que podem ter tarifas reduzidas ou eliminadas até 2026. As negociações para o próximo ano já estão em andamento, demonstrando a resiliência e o planejamento estratégico das empresas brasileiras no mercado internacional.