Desde 6 de agosto, as carnes brasileiras passaram a pagar uma tarifa de 50% para entrar nos Estados Unidos, imposta pelo governo Trump. Essa é a maior sobretaxa aplicada pelos EUA a um parceiro comercial, afetando diretamente as exportações para aquele país, que caíram 46% em agosto, totalizando 37 milhões de dólares. No entanto, o impacto nas vendas totais do setor foi compensado pelo aumento da demanda em outros mercados.
O Brasil é o maior exportador mundial de carnes e vende para mais de 150 países. Em agosto, as exportações totais do setor cresceram 56%, alcançando 1,5 bilhão de dólares, com destaque para a China, que aumentou suas compras em 90%. Outros mercados importantes como Chile, Rússia e México também ampliaram significativamente suas importações. A escassez global de carne bovina e o crescimento do consumo em países asiáticos impulsionam essa expansão.
Apesar da perda do mercado americano, considerado altamente rentável, o setor frigorífico brasileiro tem conseguido redirecionar suas vendas para outras regiões. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) revisou sua projeção de crescimento para 2025, elevando-a de 12% para cerca de 14%. O cenário indica uma tendência de fortalecimento das exportações brasileiras diante da demanda global crescente e da oferta limitada em outros países produtores.