O ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, resistiu a seguir as recomendações da Controladoria-Geral da União (CGU) para suspender os descontos automáticos nas aposentadorias. A informação foi revelada por Eliane Viegas Mota, diretora de Auditoria da CGU, durante depoimento na CPMI do INSS nesta quinta-feira (4). A CGU havia se reunido com o INSS em julho de 2024 para discutir o crescimento de descontos não autorizados, mas Stefanutto questionou a metodologia utilizada no relatório da CGU.
Eliane Viegas destacou que Stefanutto não suspendeu os acordos de cooperação técnica que permitiam os descontos, mesmo após as recomendações. Os descontos continuaram até abril de 2024 e foram interrompidos apenas após a Operação Sem Desconto da Polícia Federal, que investigou associações acusadas de fraudes. A CGU estima que o prejuízo total para os beneficiários do INSS foi de cerca de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
A situação levanta sérias questões sobre a responsabilidade das entidades associativas e a necessidade de uma supervisão mais rigorosa. O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar, afirmou que todas as entidades investigadas apresentaram inconformidades. A senadora Damares Alves pediu cautela ao tratar das associações, reconhecendo seu histórico positivo, mas alertando sobre infiltrações criminosas que comprometem sua integridade.