O Senado foi palco, nesta terça-feira (2), de novas acusações contra o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. Em depoimento à Comissão de Segurança Pública, o ex-assessor do TSE, Eduardo Tagliaferro, afirmou que Moraes teria manipulado documentos em 2022 para justificar buscas e apreensões contra empresários bolsonaristas. Segundo Tagliaferro, as mensagens de WhatsApp que embasaram a operação teriam sido entregues inicialmente ao gabinete de Moraes e repassadas a veículos de imprensa antes mesmo da decisão judicial. Depois da repercussão negativa, o ministro teria acrescentado relatórios elaborados dias após a realização das buscas, prática classificada pelo ex-assessor como uma “fraude processual gravíssima”. As declarações foram feitas no mesmo dia em que o STF abriu o julgamento do núcleo central da trama golpista, processo que envolve Bolsonaro e outros sete réus. A coincidência de datas ampliou a repercussão política do depoimento de Tagliaferro, utilizado por parlamentares bolsonaristas como munição contra o ministro. Tagliaferro vive na Itália e responde a denúncias da Procuradoria-Geral da República por violação de sigilo funcional e obstrução de investigação. Apesar das acusações, Moraes arquivou a maior parte das investigações contra os empresários em 2023.