Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), fez graves acusações contra o ministro em depoimento à Comissão de Segurança Pública do Senado na terça-feira, 2 de setembro de 2025. Ele afirmou que Moraes cometeu uma “fraude processual gravíssima” ao investigar oito empresários que apoiaram Jair Bolsonaro durante as eleições de 2022, sugerindo que o ministro vazou mensagens privadas de um grupo de WhatsApp e usou uma reportagem para justificar buscas e apreensões. Tagliaferro alegou que Moraes incluiu justificativas adicionais ao documento que embasou as ações após as críticas públicas surgirem, levantando preocupações sobre a legitimidade do processo judicial em curso.
O ex-assessor detalhou que as mensagens vazadas estavam sob a posse do gabinete de Moraes e que ele mesmo produziu documentos que foram apresentados como justificativa para as ações policiais. A investigação dos empresários, que ocorreu em agosto de 2022, foi realizada sob sigilo e gerou controvérsias sobre a base legal das ações do ministro. Tagliaferro também mencionou que a pressão pública levou Moraes a retirar o sigilo do caso, mas as evidências apresentadas por ele indicam que os documentos utilizados não foram produzidos antes das buscas.
As implicações das declarações de Tagliaferro são significativas, pois questionam a imparcialidade e a legalidade das ações do ministro Moraes, que atualmente é relator do processo criminal contra Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). O caso levanta preocupações sobre a integridade do sistema judicial e a possibilidade de manipulação de informações em investigações sensíveis. Com o ex-assessor atualmente na Itália e enfrentando acusações pela Procuradoria Geral da República, o desdobramento desse caso pode impactar não apenas a reputação de Moraes, mas também a confiança pública nas instituições judiciais brasileiras.