Os Estados Unidos afirmaram que a China distorce documentos da 2ª Guerra Mundial para pressionar Taiwan e legitimar suas reivindicações territoriais sobre a ilha. A declaração foi feita nesta segunda-feira pelo Instituto Americano em Taiwan (AIT), a representação diplomática dos EUA em Taipei, e destaca a crescente tensão entre as duas potências. A China reivindica Taiwan como uma província que deve ser reunificada, enquanto a ilha mantém um governo autônomo e não reconhece a autoridade de Pequim.
A disputa se intensificou durante o 80º aniversário do fim da 2ª Guerra Mundial, quando o presidente chinês Xi Jinping supervisionou um desfile militar em Pequim. Documentos históricos, como a Declaração do Cairo e a Proclamação de Potsdam, são utilizados por Pequim para fundamentar suas reivindicações sobre Taiwan, que era colônia japonesa até 1945. No entanto, Taiwan argumenta que esses acordos se referiam à República da China, que governava o continente na época, e não à atual República Popular da China.
O AIT declarou que a China deturpa intencionalmente os documentos históricos para apoiar uma campanha coercitiva contra Taiwan, enquanto o Ministério das Relações Exteriores chinês rejeitou as críticas americanas, afirmando que os documentos confirmam a soberania chinesa sobre a ilha. A situação é complexa, pois os EUA romperam relações diplomáticas com Taipei em 1979, mas continuam a oferecer apoio não oficial à ilha, mantendo uma política de “Uma China” que reconhece a posição de Pequim sem endossá-la.