Dois estudos divulgados nesta terça-feira (16) sugerem que a Petrobras pode liderar a transição energética no Brasil, afastando-se da dependência de combustíveis fósseis. Elaborados por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Observatório do Clima, os documentos propõem um plano para que a estatal se torne referência em energia limpa, em um momento em que o Brasil vê o petróleo ultrapassar a soja como principal produto de exportação.
As análises alertam sobre os riscos econômicos da atual dependência do petróleo, que representa 13% das vendas ao exterior, e defendem que a Petrobras diversifique seu portfólio de investimentos, alinhando-se às metas do Acordo de Paris e do Plano Clima, que visam a neutralidade de emissões até 2050. Os estudos indicam que, dos US$ 111 bilhões previstos no plano de negócios 2025-2029 da estatal, apenas US$ 9,1 bilhões estão destinados a energias de baixo carbono.
Os pesquisadores propõem medidas como ampliar investimentos em biocombustíveis e hidrogênio de baixo carbono, além de congelar a expansão da extração de combustíveis fósseis em novas fronteiras. A Petrobras, em resposta, afirmou que já destina US$ 16,3 bilhões para projetos de baixo carbono, representando um aumento significativo em relação ao plano anterior. A discussão sobre a transição energética é crucial para o futuro econômico e ambiental do Brasil.