Um estudo do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Sindifisco) revela que trabalhadores brasileiros com salários superiores a R$ 6 mil pagam mais Imposto de Renda do que milionários. Os dados, referentes ao ano-calendário de 2023, indicam que a alíquota efetiva dos milionários é de apenas 5,28%, enquanto aqueles que recebem entre 5 e 7 salários mínimos enfrentam taxas de até 11,40%. Essa situação evidencia uma carga tributária desproporcional, onde a faixa intermediária da população é a mais penalizada.
O estudo destaca que, apesar da alta renda dos milionários, cerca de 71% de seus rendimentos são isentos de impostos, enquanto os trabalhadores com rendimentos mais baixos têm apenas 5% de sua renda isenta. O presidente do Sindifisco, Dão Real Pereira dos Santos, aponta que a crescente parcela da renda atribuída a lucros e dividendos, isentos de tributação, contribui para essa desigualdade. A pesquisa sugere uma relação crescente entre a renda total declarada e a parte isenta, evidenciando uma injustiça no sistema tributário.
As implicações desse estudo são significativas para o debate sobre a reforma tributária no Brasil. A discrepância nas alíquotas efetivas levanta questões sobre a equidade fiscal e a necessidade de ajustes nas políticas tributárias para garantir que todos os cidadãos contribuam de maneira justa. A análise do Sindifisco pode impulsionar discussões sobre como tornar o sistema mais equilibrado e menos oneroso para as classes médias e baixas.