Um estudo acadêmico divulgado na revista International Security contesta a visão predominante nos Estados Unidos sobre as ambições globais da China. A análise conclui que os objetivos estratégicos de Pequim são limitados, consistentes e principalmente voltados para questões internas. Os pesquisadores examinaram mais de 12.000 artigos em chinês e discursos de líderes chineses, revelando que as prioridades da China têm se mantido estáveis por décadas: salvaguardar a integridade territorial, manter a estabilidade doméstica e expandir laços econômicos no exterior.
O estudo, realizado pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) em parceria com o Centro Belfer da Universidade Harvard, sugere que os Estados Unidos deveriam reavaliar sua postura militar e econômica em relação a Pequim. Os autores argumentam que a retórica do país asiático enfatiza o “socialismo com características chinesas”, um modelo explicitamente nacional. Além disso, recomendam que Washington altere o foco da dissuasão militar para o engajamento diplomático e econômico, destacando áreas como mudanças climáticas, preparação para pandemias e comércio como propícias para cooperação.
Os pesquisadores alertam que a estratégia atual dos EUA pode isolá-los das dinâmicas regionais, enquanto países do Leste Asiático aprofundam laços com a China por meio de acordos comerciais como o RCEP (Parceria Econômica Regional Abrangente), da qual os norte-americanos não participam. Essa análise pode ter implicações significativas para a política externa dos EUA e suas relações com a China e outros países da região.