Famílias de baixa renda no Rio de Janeiro destinam mais da metade de seus ganhos ao pagamento de aluguel. Segundo estudo do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar), da UFMG, os gastos com locação de moradia chegam a 65% da renda mensal familiar para quem ganha até R$ 1,9 mil. O levantamento encomendado pela plataforma de locação de imóveis QuintoAndar revelou que o impacto do aluguel nas contas dos mais pobres do Rio de Janeiro é o mais alto entre todas as unidades federativas analisadas pelos pesquisadores.
O estudo também mostrou que o comprometimento da renda com aluguel no Rio de Janeiro é superior à média nacional em todas as faixas de renda. Famílias que ganham até R$ 1,9 mil destinam 65% da renda ao aluguel, enquanto a média nacional é de 48%. Mesmo entre famílias com renda entre R$ 5,7 mil e R$ 9,5 mil, o peso do aluguel no Rio é de 15%, acima da média nacional de 12%. Já entre os mais ricos, com renda superior a R$ 23,8 mil, o comprometimento cai para 7,2%, mas ainda é significativo, considerando o volume absoluto de recursos envolvidos.
Esse cenário revela que, embora o peso relativo do aluguel diminua com o aumento da renda, ele permanece elevado em todas as faixas, indicando uma pressão constante sobre o orçamento familiar. A análise da receita obtida pelas famílias com aluguel de imóveis revela uma concentração significativa de renda. Enquanto famílias com renda mais alta obtêm uma receita mensal consideravelmente maior com aluguel, as famílias de baixa renda enfrentam altos custos para morar, reforçando a desigualdade no acesso à moradia no Rio de Janeiro.