Pesquisadores da Universidade de Leeds descobriram uma nova característica química do núcleo da Terra, revelando que sua solidificação pode ter sido influenciada por uma quantidade significativa de carbono. As simulações de computador realizadas pela equipe indicam que o núcleo pode ter se cristalizado a temperaturas em torno de 266°C, desafiando estimativas anteriores que sugeriam temperaturas muito mais altas. Os resultados foram publicados na revista científica Nature Communications e oferecem novas perspectivas sobre a formação e a dinâmica do núcleo terrestre.
Durante décadas, cientistas debateram como o núcleo da Terra se solidificou ao longo da história geológica. O processo envolveu a cristalização do ferro fundido, que precisou ser super-resfriado antes de congelar. A nova pesquisa sugere que a presença de carbono, junto com outros elementos como silício e enxofre, pode ter acelerado esse processo, resultando em um núcleo com características diferentes das previamente estimadas. Essa descoberta é fundamental para entender a densidade do núcleo e sua relação com o campo magnético da Terra.
As implicações dessas descobertas são significativas, pois não apenas esclarecem a formação do núcleo interno, mas também oferecem um vislumbre da química em regiões do planeta que são inacessíveis para estudo direto. O líder do estudo, Alfred Wilson, enfatizou a importância de compreender esses processos atômicos para desvendar a história e a dinâmica do nosso planeta. Com isso, a comunidade científica se aproxima de uma compreensão mais completa dos eventos que moldaram a Terra ao longo de bilhões de anos.