Cientistas britânicos descobriram que dois filhotes de pterossauros, apelidados de Lucky e Lucky II, morreram há 150 milhões de anos durante uma tempestade tropical na região de Solnhofen, no sul da Alemanha. O estudo, publicado na revista Current Biology, revela que as criaturas, pertencentes ao gênero Pterodactylus, apresentavam ossos leves e frágeis, incapazes de resistir à força dos ventos e às condições climáticas extremas. Ambos os filhotes tinham fraturas idênticas no úmero, provavelmente causadas por fortes rajadas de vento antes de serem afogados em lagoas costeiras.
A região de Solnhofen é famosa pela excepcional preservação de fósseis, e o soterramento imediato dos corpos dos pterossauros permitiu uma fossilização quase perfeita. O paleontólogo Rab Smyth, autor principal do estudo, ressalta que encontrar fósseis que revelam as circunstâncias da morte é extremamente raro. O novo estudo sugere que as tempestades tropicais foram responsáveis pela seleção natural que resultou na preservação em massa de filhotes, enquanto os adultos, mais fortes, tendiam a se decompor antes de fossilizar.
Essa pesquisa não apenas esclarece as causas da morte desses répteis voadores jovens, mas também contribui para a compreensão de como eventos climáticos moldaram o registro fóssil ao longo do tempo. A identificação de fraturas específicas nos ossos reforça a hipótese de que tempestades tropicais desempenharam um papel central na formação dos depósitos fósseis de Solnhofen. Os fósseis dos chamados “Luckies” oferecem evidências valiosas para reconstruir a vida e a morte dos habitantes do período Mesozóico.