Um levantamento da Transparência Internacional divulgado em 2025 identificou falhas graves na transparência dos Estados brasileiros sobre a destinação de recursos provenientes de emendas parlamentares e a execução de obras públicas. Apenas três unidades da federação — Acre, Minas Gerais e Distrito Federal — prestam contas completas sobre esses recursos, segundo o Índice de Transparência e Governança Pública (ITGP).
O estudo avaliou 27 Estados com base em 106 critérios, atribuindo notas que variaram de 47 a 95 pontos. Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Ceará e Distrito Federal receberam as melhores avaliações, enquanto Sergipe, Piauí, Acre, Roraima e Amapá ficaram entre os piores. A falta de informações detalhadas sobre a aplicação das emendas estaduais e federais dificulta a fiscalização e aumenta o risco de corrupção. O governo de Sergipe admitiu os resultados insatisfatórios, mas destacou avanços recentes na transparência pública.
Além da divulgação insuficiente dos dados sobre emendas, o estudo aponta problemas na transparência da execução física e financeira das obras públicas. Apenas três Estados apresentam informações completas sobre o andamento das obras. A ausência desses dados compromete o controle social e a integridade da gestão pública. Decisões judiciais recentes já suspenderam pagamentos relacionados às chamadas “emendas Pix” devido à falta de prestação de contas adequada.