Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade da Califórnia em Los Angeles expõe uma preocupante discrepância entre os desejos de pacientes com câncer em estágio avançado e os tratamentos que recebem. De acordo com a pesquisa, 37% desses pacientes prefeririam uma abordagem voltada para o conforto e alívio dos sintomas, mas estão sendo submetidos a terapias agressivas que não atendem suas expectativas. Em comparação, apenas 19% dos pacientes com outras doenças graves, como insuficiência cardíaca, relatam essa incompatibilidade.
A análise envolveu 1.099 pacientes, incluindo 231 com câncer avançado e outros com condições igualmente graves. Os resultados mostraram que, enquanto 25% dos participantes priorizavam tratamentos para prolongar a vida, 49% optavam pelo alívio de sintomas. No entanto, 51% dos pacientes oncológicos sentiam que a equipe médica estava mais focada em prolongar sua existência do que em garantir seu conforto, contrastando com os 28% entre os pacientes de outras enfermidades.
Embora não tenha havido diferença significativa na taxa de sobrevivência entre os grupos, o estudo destaca que pacientes mais jovens e saudáveis tendem a receber tratamentos mais agressivos, mesmo quando não desejam. Essa situação levanta questões sobre a necessidade de uma abordagem mais humanizada e centrada nas preferências dos pacientes em cuidados paliativos e oncológicos.