Um estudo recente indica que a corrida de longa distância, como maratonas e ultramaratonas, pode não ser tão benéfica para a saúde quanto se pensava. Conduzido pelo Dr. Timothy Cannon, do Inova Schar Cancer Institute, o estudo foi apresentado na Reunião Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) em Chicago e revelou que 41% dos corredores analisados tinham pelo menos um pólipo, com 15% apresentando adenomas avançados. A pesquisa focou em corredores entre 35 e 50 anos que completaram pelo menos cinco maratonas ou duas ultramaratonas, excluindo aqueles com histórico familiar de câncer ou outros fatores de risco conhecidos.
Os participantes do estudo realizaram uma colonoscopia e responderam a um questionário sobre hábitos alimentares e padrões de corrida. Os resultados mostraram que a prevalência de adenomas avançados entre os corredores era significativamente maior do que a média para sua faixa etária, que é de 1 a 2%. O Dr. Cannon sugere que o estresse intestinal causado pelo treinamento intenso pode ser um fator contribuinte, já que durante corridas prolongadas, o fluxo sanguíneo é desviado do intestino, potencialmente causando danos e inflamação ao longo do tempo.
Embora os especialistas alertem que os resultados não são conclusivos devido à falta de um grupo controle e à ausência de revisão por pares, eles ressaltam a importância de monitorar sintomas como sangramentos ou dor abdominal em corredores de longa distância. Apesar das preocupações levantadas, o Dr. Cannon enfatiza que a prática regular de exercícios é benéfica e que os riscos associados à inatividade superam os potenciais riscos do exercício excessivo.