Uma pesquisa publicada na revista Neurology revela que tratar a insônia crônica pode reduzir em até 40% o risco de declínio cognitivo. O estudo, conduzido por especialistas da Fundação Oswaldo Cruz, indica que 72% dos brasileiros sofrem de doenças relacionadas ao sono, sendo a insônia um fator de risco modificável. O Ministério da Saúde define a insônia como uma condição que pode ocorrer três vezes por semana e persistir por mais de três meses, afetando significativamente a saúde mental e física dos indivíduos.
Os pesquisadores analisaram dados de cerca de 2.750 voluntários ao longo de cinco anos, realizando avaliações neurológicas e exames cerebrais anuais. A conclusão foi que a insônia está associada a um aumento de 40% no risco de comprometimento cognitivo. Além disso, aqueles que conseguiram melhorar a qualidade do sono através de tratamento não apresentaram os mesmos efeitos negativos na saúde cognitiva, reforçando a importância do sono reparador para o cérebro.
Embora o autor principal do estudo, Diego Carvalho, ressalte que ainda são necessários mais dados para confirmar a relação entre o tratamento da insônia e a redução do risco cognitivo, ele acredita na possibilidade de um impacto positivo. Especialistas alertam que a insônia é frequentemente subnotificada e subtratada, especialmente entre os idosos, e recomendam medidas simples para melhorar a qualidade do sono, como evitar telas antes de dormir e praticar exercícios físicos.

