Na manhã de um dia qualquer, a dramaturga Vivienne Franzmann se viu em meio a um tumulto em uma cafeteria, onde uma cliente perdeu o controle ao exigir seu pedido. A situação, que inicialmente parecia trivial, rapidamente se transformou em um momento de tensão, levando Franzmann a compartilhar a experiência com a coreógrafa Frauke Requardt, com quem começava a trabalhar. Requardt, que também é psicoterapeuta, ofereceu uma perspectiva sobre o que acontece no sistema nervoso durante tais crises emocionais, destacando a diferença entre os estados de ‘luta ou fuga’ e ‘repouso e digestão’.
O resultado dessa conversa foi o espetáculo ‘Anatomy of Survival’, que investiga as complexidades emocionais e sociais que permeiam as interações humanas em ambientes urbanos. A obra apresenta 23 versões da realidade, refletindo sobre como momentos cotidianos podem desencadear reações intensas e reveladoras. Através da dança e do teatro, Franzmann e Requardt buscam entender e representar a fragilidade da condição humana em cidades marcadas pela tensão.
As implicações desse trabalho vão além do palco, convidando o público a refletir sobre suas próprias experiências e reações em situações de estresse. Ao abordar temas como a ‘morte social’ e os limites da tolerância emocional, o espetáculo promete provocar um diálogo profundo sobre a natureza das relações humanas em tempos desafiadores. Assim, ‘Anatomy of Survival’ não é apenas uma performance artística, mas uma exploração significativa das emoções que nos conectam e nos separam.