Especialistas ressaltam a relevância da alfabetização para o exercício da cidadania no Brasil, onde, em 2024, 59,2% das crianças matriculadas na rede pública foram alfabetizadas na idade correta. Embora esse número tenha crescido, o país ainda enfrenta um alarmante índice de analfabetismo funcional, que atinge 30% da população entre 15 e 64 anos. Segundo Anna Helena Altenfelder, presidente do Cenpec, a alfabetização tardia compromete direitos fundamentais e perpetua desigualdades sociais e raciais.
A alfabetização é um processo que vai além do aprendizado de letras e palavras; envolve aspectos históricos e sociais que afetam principalmente grupos marginalizados. Luciana Brites, CEO do Instituto NeuroSaber, destaca que a alfabetização deve ocorrer idealmente até os 8 anos, quando os circuitos neurais estão mais desenvolvidos. A demora nesse processo pode levar a dificuldades emocionais e de aprendizado, prejudicando o desenvolvimento integral das crianças.
O Brasil mantém um patamar preocupante de analfabetismo funcional desde 2018, com índices mais altos entre pessoas mais velhas e grupos raciais minoritários. A desigualdade educacional é um reflexo de uma história de exclusão que ainda persiste. Para enfrentar esse desafio, é essencial garantir a alfabetização de todas as crianças na idade certa, promovendo uma educação inclusiva que combata as desigualdades estruturais presentes na sociedade brasileira.