A Eletrobras iniciou um investimento de R$ 90 milhões em um projeto pioneiro de mineração de bitcoin na Bahia, que une energia renovável e inovação digital. O empreendimento funcionará como um laboratório estratégico para avaliar o consumo energético de equipamentos de alta performance e testar modelos de eficiência e escala. O terreno preparado poderá futuramente abrigar data centers voltados para inteligência artificial, que demandam investimentos significativamente maiores por megawatt.
O diferencial do projeto está na matriz energética brasileira, majoritariamente renovável, que permite associar a iniciativa a uma agenda de baixo carbono e reforçar a imagem do Brasil como um polo sustentável para o poder computacional. Segundo especialistas, o sucesso da experiência pode atrair investidores internacionais interessados não apenas na mineração, mas também em aplicações que combinam energia, digitalização e monetização de excedentes energéticos, seguindo exemplos internacionais como o Texas.
Além de inaugurar um novo capítulo para o setor elétrico brasileiro, a iniciativa abre caminho para que o país dispute liderança em uma indústria emergente, onde tecnologia, infraestrutura energética e credibilidade regulatória serão decisivos para atrair capital. A integração entre fontes renováveis e firmes, como gás natural, é apontada como essencial para o desenvolvimento sustentável desse mercado no Brasil.