Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) estão investigando os riscos do ecstasy, conhecido como MDMA, como um poluente emergente na baía de Santos. O estudo, apresentado durante a Escola São Paulo de Ciência Avançada sobre Poluentes Emergentes, revela que os efeitos tóxicos do MDMA em ostras-do-mangue podem ser mais graves do que os da cocaína, substância já detectada na região. Embora a presença do ecstasy ainda não tenha sido confirmada no litoral paulista, o aumento do consumo da droga no Brasil levanta preocupações sobre sua eventual contaminação das águas.
Os pesquisadores realizaram ensaios em laboratório com ostras-do-mangue, que demonstraram sensibilidade significativa ao MDMA, com efeitos letais e subletais em concentrações ambientais. Camilo Dias Seabra, professor da Unifesp e coordenador do projeto, enfatiza que a toxicidade do ecstasy pode ser maior, mesmo em concentrações menores no mar. O estudo é parte de um esforço contínuo para entender os impactos ambientais das drogas ilícitas e seus metabólitos, que não são regulamentados na legislação atual.
A pesquisa também destaca a colaboração com a Polícia Civil de São Paulo, que forneceu amostras de MDMA apreendidas no Porto de Santos. Essa parceria é crucial para o avanço dos estudos sobre os riscos ambientais e à saúde humana associados às drogas. Os resultados obtidos pelos pesquisadores brasileiros oferecem uma vantagem em relação a laboratórios internacionais, permitindo uma compreensão mais profunda da presença de drogas nas vias aquáticas e a necessidade urgente de monitoramento ambiental eficaz.