A economia brasileira entrou no segundo semestre de 2025 com sinais claros de desaceleração, conforme o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) registrou uma queda de 0,53% em julho, acumulando a terceira retração consecutiva. Os setores da indústria, agropecuária e serviços enfrentaram recuos significativos, refletindo a pressão sobre a atividade econômica. Essa situação não é surpreendente, pois dois choques principais estão em jogo: a taxa Selic elevada, que chega a 15% ao ano, e as mudanças no comércio exterior que afetam a produção nacional.
A alta da Selic tem sido comparada a um “bloco de concreto” sobre a economia, restringindo tanto o consumo quanto os investimentos. Além disso, o redirecionamento da produção nacional devido a fatores externos tem contribuído para a redução da oferta interna. Embora o IBC-Br sirva como um termômetro de curto prazo, as expectativas para o terceiro trimestre indicam uma possível retração, embora ainda não configure uma recessão técnica.
Enquanto isso, a inflação apresenta sinais de queda, especialmente nos preços dos alimentos, que registraram deflação nos últimos meses. Esse cenário sugere que o Banco Central pode estar se aproximando do momento de discutir cortes na taxa Selic. Se não forem tomadas medidas para estimular a economia, o Brasil poderá enfrentar uma prolongada perda de fôlego, transformando essa desaceleração em uma recessão mais severa.