A Justiça do Ceará condenou, nesta quinta-feira (25), dois policiais militares por sua participação na Chacina do Curió, um episódio trágico que deixou 11 mortos em Fortaleza em novembro de 2015. O julgamento, que se estendeu por mais de 43 horas, resultou em penas somadas que ultrapassam 590 anos, com Marcílio Costa de Andrade condenado a 315 anos e Luciano Breno Freitas Martiniano a 275 anos. Ambos perderam seus cargos e tiveram prisão provisória decretada, enquanto suas defesas anunciaram intenção de recorrer da decisão.
O crime ocorreu entre os dias 11 e 12 de novembro de 2015 na comunidade do Curió, na Grande Messejana, e a maioria das vítimas era composta por jovens entre 16 e 18 anos sem antecedentes criminais. As investigações indicam que a chacina foi motivada por vingança após a morte de um policial militar em um latrocínio. Desde o início dos julgamentos em 2023, o processo já contabiliza 21 absolvições e 8 condenações, tornando-se o mais longo da história do Judiciário cearense, com mais de 13 mil páginas de documentação.
As implicações desse caso são profundas para a segurança pública no Ceará, evidenciando a necessidade de reformas no sistema policial e judicial. A série de julgamentos expõe a fragilidade da confiança da população nas instituições responsáveis pela proteção e segurança. Com o aumento da pressão social por justiça e accountability, espera-se que este caso sirva como um marco para futuras investigações sobre abusos de poder e violência policial no Brasil.