A dívida pública do Brasil, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), alcançou 90% do PIB em julho de 2024, totalizando R$ 9,6 trilhões. O Banco Central informou que essa alta reflete um aumento de um ponto percentual em relação ao mês anterior e destaca a importância desse indicador para a confiança do mercado financeiro na capacidade do país de honrar suas obrigações. A metodologia do FMI inclui títulos que estão na carteira do Banco Central, o que resulta em um valor significativamente maior do que o calculado pelo governo brasileiro.
O Banco Central explicou que sua metodologia, adotada desde 2008, não contabiliza os títulos do Tesouro Nacional na dívida pública, uma prática que gera divergências nas comparações internacionais. Com a dívida em ascensão, impulsionada por gastos públicos elevados nos últimos anos, há uma pressão crescente sobre as taxas de juros, atualmente em 15% ao ano. Essa situação pode restringir o crescimento econômico e aumentar o risco de calotes em momentos de crise financeira.
Além disso, o FMI recomendou que o Brasil adote sua metodologia para o cálculo da dívida pública, o que ainda está sob análise. Comparações com economias emergentes mostram que a dívida brasileira está acima da média regional, levantando questões sobre a sustentabilidade fiscal do país. A evolução histórica da dívida revela um crescimento acentuado desde 2015, com picos durante a pandemia e sob diferentes administrações, refletindo a complexidade da situação econômica brasileira.