O domínio do dólar como principal moeda de reserva global está sendo desafiado, segundo relatório divulgado pelo Deutsche Bank nesta semana. Nos últimos anos, bancos centrais reduziram suas reservas em dólar e aumentaram a participação em ouro, enquanto a maior criptomoeda do mundo, o Bitcoin, surge como possível novo ativo de reserva até 2030. A instituição alemã avalia que ouro e Bitcoin podem coexistir nos balanços dos bancos centrais, dada a escassez e características estratégicas desses ativos.
O relatório destaca que tanto o ouro quanto o Bitcoin possuem oferta limitada — o metal precioso há séculos e a criptomoeda com um teto fixo de 21 milhões de unidades. Essa escassez confere um efeito desinflacionário, protegendo seu valor contra a erosão causada pela inflação das moedas fiduciárias. Além disso, o Bitcoin é independente de governos, o que pode torná-lo uma ferramenta de diversificação atraente para autoridades monetárias. A adoção crescente por investidores institucionais e empresas, incluindo duas brasileiras, reforça essa tendência.
Apesar do potencial, o Deutsche Bank ressalta que o Bitcoin ainda enfrenta desafios como alta volatilidade e falta de confiança plena para se consolidar como ativo de reserva. O banco também considera improvável que ouro ou criptomoedas substituam o dólar como principal moeda global, pois os países tendem a proteger a soberania de suas moedas. A possível criação de reservas em Bitcoin pelo Federal Reserve dos EUA poderia impulsionar essa nova dinâmica no sistema financeiro internacional.