Um deslizamento de terra devastador na vila de Tarasin, localizada nas Montanhas Marrah, no Sudão, resultou na morte de cerca de 1.000 pessoas, conforme relatado por um grupo rebelde que controla a área. O incidente ocorreu no domingo (31), após dias de chuvas intensas, e a vila foi descrita como ‘completamente arrasada’, com apenas uma sobrevivente entre os moradores. O Movimento/Exército de Libertação do Sudão fez um apelo à ONU e a organizações internacionais para a recuperação dos corpos das vítimas.
A tragédia se desenrola em um contexto de guerra civil no Sudão, que já deixou mais de 40 mil mortos e forçou mais de 14 milhões a deixarem suas casas. As Montanhas Marrah, onde ocorreu o deslizamento, tornaram-se praticamente inacessíveis para a ONU e grupos de ajuda devido a restrições severas e confrontos entre as forças armadas do país e as Forças de Apoio Rápido (RSF). O conflito tem sido marcado por graves atrocidades, incluindo assassinatos e estupros motivados por etnia, levando o Tribunal Penal Internacional a investigar possíveis crimes de guerra.
O deslizamento em Tarasin é um dos desastres naturais mais mortais da história recente do Sudão e destaca a vulnerabilidade da região a eventos climáticos extremos. Anualmente, centenas de pessoas perdem a vida devido às chuvas sazonais que ocorrem entre julho e outubro. A situação humanitária se agrava à medida que a fome se espalha, forçando famílias a recorrerem a medidas desesperadas para sobreviver, como o consumo de grama.