O presidente da Argentina, Javier Milei, enfrenta uma crise significativa após a derrota de seu partido nas eleições da província de Buenos Aires, realizada no último domingo. A oposição peronista conquistou a vitória com uma margem de 13 pontos percentuais, levando seis das oito seções da província, que abriga 40% do eleitorado argentino. Em resposta à derrota, Milei convocou uma reunião de gabinete para avaliar os impactos e passou o dia com o ministro da Economia, Luis Caputo, tentando conter os danos na economia nacional.
A reação do mercado foi imediata e severa: o principal índice da bolsa argentina despencou 14%, enquanto o peso argentino caiu 3% em relação ao dólar. Os investidores agora veem riscos à agenda econômica de Milei, que propõe cortes profundos nos gastos públicos e renegociações com credores. O Banco Central argentino já considera intervenções no câmbio para estabilizar a moeda, que atingiu o teto da banda estabelecida pelo governo.
Além dos desafios econômicos, o governo de Milei também lida com um escândalo de corrupção envolvendo sua irmã, Karina Milei, que é citada em um áudio como beneficiária de um esquema de desvios em compras governamentais. A procuradoria argentina investiga o caso, que está sob segredo de Justiça, aumentando a pressão sobre a administração do presidente e complicando ainda mais sua já delicada situação política.