A derrota do partido do presidente argentino Javier Milei nas eleições legislativas provinciais de Buenos Aires, ocorridas no último domingo (7), evidencia um escândalo de corrupção que afetou seu governo. O peronismo, por meio da coalizão Força Pátria, obteve mais de 47% dos votos, enquanto a governista A Liberdade Avanza (LLA) alcançou apenas 33,8%, segundo dados oficiais. Este resultado surpreendente indica que Milei enfrentará dificuldades para conquistar uma maioria parlamentar nas eleições nacionais marcadas para 26 de outubro.
Analistas destacam que a vitória peronista é resultado de erros do governo e da falta de resposta a áudios que implicam Karina Milei, irmã do presidente, em um esquema de suborno relacionado à compra de medicamentos. A confiança do eleitorado em Milei parece ter se deteriorado, com muitos interpretando sua inação como uma admissão de culpa. A situação se complica ainda mais com a recente intervenção do governo no mercado cambial, que resultou em uma queda significativa na bolsa de valores e na desvalorização do peso argentino.
Com a província de Buenos Aires representando mais de 30% do PIB argentino e 40% do eleitorado nacional, a derrota pode ter consequências profundas para a agenda ultraliberal de Milei. O presidente, que se apoiava na imagem de não pertencer à casta política corrupta, agora enfrenta um desafio crescente para reverter o clima negativo até as próximas eleições. A pressão aumenta à medida que o peronismo reafirma seu papel como força dominante na política argentina.