A derrota de Javier Milei nas eleições argentinas, ocorrida no último domingo, surpreendeu o mercado financeiro, que registrou uma queda de 13,25% na Bolsa de Buenos Aires e uma variação de 3,60 centavos no dólar em relação ao peso argentino. O resultado, que superou as expectativas do partido, que previa uma reprovação de no máximo 5 pontos percentuais, levanta questões sobre a continuidade das políticas do governo.
Matheus Oliveira, professor de Relações Internacionais da Universidade Federal de Uberlândia, analisa as repercussões desse resultado e os próximos passos do presidente argentino. Segundo ele, Milei afirmou que não mudará seu plano de ação e que pretende avançar nas medidas já implementadas, embora isso possa ser apenas uma tentativa de demonstrar força após uma derrota inesperada. Oliveira também destaca a recente revogação de um veto presidencial pelo Congresso argentino como um sinal das dificuldades que Milei enfrenta.
As implicações dessa derrota podem ser significativas para a política argentina. Oliveira considera improvável que o governo saia do Mercosul, apesar das ameaças anteriores de Milei, devido à pressão do empresariado local. Ele elogia a diplomacia brasileira por manter o Mercosul estável e por avançar nas negociações com a União Europeia, o que pode limitar a margem de manobra de Milei em relação a suas promessas eleitorais.