A defesa de Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), apresentou argumentos ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira, 2, questionando a inclusão de um relatório sigiloso da Abin na ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado. O advogado Paulo Renato Garcia Cintra Pinto alegou que o documento foi apresentado fora do prazo e que os fatos contidos nele não foram considerados na denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). Pinto sustentou que a PGR cometeu um ‘equívoco’ ao não ter tempo para analisar as informações do relatório antes de formular suas alegações finais.
A defesa argumentou que a decisão da Câmara dos Deputados, que suspendeu parte da ação penal contra Ramagem em relação a crimes cometidos após sua diplomação, deveria também abranger a imputação de organização criminosa feita ao ex-chefe da Abin. Para reforçar sua posição, o advogado citou precedentes de casos anteriores, como o da vereadora Marielle Franco e as acusações contra o deputado Chiquinho Brazão. A situação levanta questões sobre a validade das provas apresentadas e o devido processo legal no contexto da investigação.
As implicações desse caso são significativas, pois envolvem não apenas a defesa de Ramagem, mas também a credibilidade das investigações conduzidas pela PGR e pela Abin durante o governo Bolsonaro. A decisão do STF poderá influenciar o andamento da ação penal e determinar se as provas contestadas serão mantidas ou excluídas do processo. O desdobramento deste caso pode impactar a percepção pública sobre a atuação das instituições envolvidas e suas práticas no combate à corrupção e à criminalidade organizada.