A defesa do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin, alegou nesta terça-feira que os documentos encontrados na investigação são apenas anotações pessoais e não constituem provas de crime. O advogado Paulo Renato Garcia Cintra destacou que Ramagem costumava fazer uma ‘espécie de diário’, registrando informações cotidianas, e que não há elementos que comprovem a transmissão desses documentos ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Durante a audiência, Cintra enfatizou que, desde o início do processo, Ramagem sempre se posicionou sobre a natureza dos documentos, afirmando que não havia indícios de que eles tivessem sido utilizados para fins ilícitos. A defesa busca desqualificar as acusações que envolvem o deputado em um suposto plano de golpe relacionado às eleições presidenciais de 2022, nas quais Bolsonaro foi derrotado.
As implicações desse caso são significativas, pois Ramagem é um dos réus em um processo que envolve acusações graves, como organização criminosa armada e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O julgamento está agendado para ocorrer em várias datas ao longo do mês de setembro, com a expectativa de que as decisões impactem o cenário político brasileiro e as investigações em curso sobre os eventos pós-eleitorais.