Na quarta-feira, 3 de setembro, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez sua sustentação no julgamento do suposto plano de golpe de Estado. O advogado Celso Vilardi afirmou que “não há uma única prova” contra Bolsonaro, enquanto os advogados Paulo Bueno e Vilardi se concentraram em reiterar teses já apresentadas anteriormente nas alegações finais. A argumentação focou em três pontos principais: a conexão entre Bolsonaro e um plano de assassinato de autoridades, sua possível participação nos atos de 8 de janeiro e seu suposto envolvimento na elaboração de uma minuta golpista.
Os advogados contestaram as acusações, argumentando que não existem provas concretas que liguem Bolsonaro ao planejamento de assassinatos, mesmo após a visita do general Mario Fernandes ao Palácio do Alvorada. Em relação aos atos de 8 de janeiro, a defesa abordou as manifestações em frente aos quartéis como um fator desencadeante dos eventos subsequentes. Quanto à minuta do plano golpista, sustentaram que as evidências são meramente testemunhais, sem comprovação direta da participação de Bolsonaro.
Embora a apresentação oral não tenha trazido novidades em termos de conteúdo, ela reforçou os argumentos já expostos em fases anteriores do processo. A análise do especialista Caio Junqueira sugere que a defesa busca criar uma narrativa que desvincule o ex-presidente das acusações, o que poderá influenciar tanto o andamento do julgamento quanto a opinião pública sobre sua inocência ou culpabilidade.