A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou uma nova estratégia jurídica durante a sustentação oral no Supremo Tribunal Federal (STF), sinalizando uma mudança significativa em sua abordagem. Os advogados, reconhecendo a possibilidade de condenação, concentraram esforços em argumentos que poderiam resultar em penas mais brandas, buscando dissociar Bolsonaro de eventos controversos, como os planos “Punhal Verde e Amarelo” e os ataques ocorridos em 8 de janeiro de 2023, enfatizando que ele estava nos Estados Unidos na ocasião.
Durante a apresentação, a equipe jurídica procurou desqualificar a delação premiada apresentada no processo e argumentou que “atos preparatórios” não constituem crime segundo a legislação vigente. O advogado Paulo Cunha Bueno destacou que tais atos só poderiam ser puníveis se o legislador assim o tivesse colocado. Além disso, tentaram desconstruir a cronologia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que incluía eventos desde 2021, como reuniões no Palácio do Planalto e encontros com embaixadores.
Essa nova abordagem da defesa reflete uma tentativa de isolar Bolsonaro de acusações graves e minimizar possíveis interpretações que possam agravar sua situação jurídica. A análise da especialista Jussara Soares, durante o CNN PrimeTime, ressalta a importância dessa mudança tática em um contexto de crescente pressão legal sobre o ex-presidente, que enfrenta um cenário complicado em sua defesa.