O advogado Matheus Mayer Milanez deu início à sua sustentação nesta quarta-feira, 3, no julgamento da ação penal contra o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno. Durante a sessão, ele questionou a organização dos arquivos da investigação, que somam entre 70 e 80 terabytes, e criticou a conduta do relator Alexandre de Moraes, que fez 302 perguntas durante os interrogatórios, em contraste com as 59 da Procuradoria-Geral da República.
Milanez argumentou que a postura ativa do relator em investigar testemunhas compromete o papel do juiz, que não deve ser protagonista do processo. Além disso, ele destacou a dificuldade de análise dos vastos dados apresentados, solicitando um índice ou sumário para facilitar o acesso às provas. A defesa de Heleno pede a absolvição do ex-ministro, alegando nulidades relacionadas à manipulação das provas e à violação do direito ao silêncio.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa Heleno de fornecer informações falsas sobre fraudes eleitorais ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Documentos encontrados em sua posse indicam propostas de descumprimento de decisões judiciais e incitação à intervenção das Forças Armadas durante uma live em julho de 2021. O desdobramento deste julgamento poderá impactar significativamente o cenário político brasileiro.