A defesa do deputado federal e ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem (PL-RJ), apresentou, nesta terça-feira, uma contestação aos erros atribuídos pela Procuradoria-Geral da República (PGR) nas provas utilizadas contra o réu no julgamento da suposta trama golpista de 2022, em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF). O advogado Paulo Renato Cintra alegou que a PGR confundiu um registro de 15 de maio de 2019, que se referia ao acesso físico de Ramagem às dependências da Abin, com um suposto acesso ao sistema First Mile, utilizado de forma irregular pela agência.
Cintra destacou que a inclusão de mais de 1.100 páginas de documentos pela PGR resultou em informações que não constavam na denúncia original, o que compromete a validade do processo. Ele argumentou que um erro dessa magnitude, vindo de uma peça assinada pelo procurador-geral da República, indica falta de tempo para análise adequada do material apresentado. Por isso, a defesa pediu que esses elementos não sejam considerados durante o julgamento.
O julgamento, presidido pelo ministro Cristiano Zanin, analisa o chamado “núcleo crucial” da trama golpista, que inclui outros réus como ex-ministros e altos oficiais das Forças Armadas. As acusações incluem organização criminosa armada e tentativa de golpe de Estado. As sessões extraordinárias do STF seguirão até 12 de setembro, com implicações significativas para os envolvidos e para a política brasileira.