Desde julho, cinco estrangeiros morreram no Centro de Detenção Provisória I (CDP) em Guarulhos, na Grande São Paulo, conforme um relatório da Defensoria Pública que foi confirmado pelo governo. A inspeção realizada em 15 de agosto apontou a ausência de atendimento médico regular e a falta de medicamentos essenciais, além de condições precárias que incluem superlotação e falta de itens básicos como colchões e cobertores.
O CDP passou a concentrar todos os presos estrangeiros do estado, com 1.050 detentos de diversas nacionalidades. A Defensoria destacou que muitos presos que necessitam de tratamento contínuo, como aqueles com HIV e hipertensão, tiveram seus medicamentos interrompidos após a transferência da Penitenciária de Itaí. Entre os mortos estão o boliviano Willy Renfijo Ajata e o chileno Carlos Patricio Ramirez Avendaño, enquanto o governo paulista investiga as causas das mortes e a situação da unidade prisional.
A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) instaurou um procedimento investigatório e informou que o CDP conta com médicos e enfermeiros para atender os detentos. Apesar disso, a SAP reconheceu que houve interrupções no fornecimento de medicamentos e não negou as condições inadequadas para os presos durante o frio. A apuração das circunstâncias das mortes segue em andamento, enquanto a população prisional enfrenta desafios significativos dentro da unidade.