A recente cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (OCX), realizada na China, reuniu líderes de destaque como o presidente russo Vladimir Putin, o primeiro-ministro indiano Narendra Modi e o presidente chinês Xi Jinping. De acordo com Alberto Pfeifer, coordenador do grupo de Análise de Estratégia Internacional da USP, o encontro não configura uma frente anti-Estados Unidos ou um desafio à hegemonia americana, mas sim uma distensão nas relações entre os países envolvidos.
Pfeifer observa que a Índia, tradicional parceira dos EUA, tem demonstrado descontentamento com as tarifas impostas por Donald Trump, que afetam suas importações. A cúpula da OCX é vista como um arranjo plurilateral que fortalece os laços logísticos entre China, Índia e Rússia, enviando um sinal claro ao mundo sobre a nova dinâmica geopolítica.
Embora as tensões históricas entre Rússia e China e as disputas fronteiriças entre Índia e China permaneçam, a aproximação observada na cúpula é significativa. A análise sugere que as potências globais estão se consolidando em áreas de influência, com foco na região da Ásia-Pacífico e Sul da Ásia sob a influência chinesa, o que pode exigir uma reavaliação da diplomacia americana.