A humanidade enfrenta um problema silencioso e cada vez mais perigoso: o lixo espacial. Satélites desativados, pedaços de foguetes e milhões de fragmentos menores circulam ao redor da Terra em alta velocidade, ameaçando naves ativas, a Estação Espacial Internacional (ISS) e outras missões tripuladas. Esse cenário é conhecido como síndrome de Kessler, que descreve uma possível reação em cadeia de colisões em órbita.
Com o crescimento das constelações de satélites e a falta de políticas globais rígidas para descartar equipamentos ao fim da vida útil, a possibilidade de colisões em cascata deixou de ser uma teoria distante e tornou-se uma preocupação real. O físico Rendisley Aristóteles, doutor pela Universidade de Brasília (UnB), destaca que a órbita baixa da Terra (LEO) vive o período mais crítico da história espacial, com fragmentos menores representando um risco significativo para satélites e missões tripuladas.
Tecnologias para limpar o espaço estão em desenvolvimento, como velas leves que aumentam o arrasto atmosférico e redes que capturam detritos. No entanto, a escalabilidade dessas soluções é um desafio, pois lidar com milhões de fragmentos pequenos é extremamente caro e complexo. Se a tendência atual continuar, a órbita baixa pode se tornar tão congestionada que inviabilizaria não apenas missões científicas, mas também serviços essenciais como GPS e telecomunicações.