A crescente taxa de partos cesarianos no Reino Unido, que já ultrapassa 50%, é frequentemente atribuída a fatores como a idade avançada das mães e a presença de problemas médicos complexos. No entanto, a Dra. Debbie Garrod, parteira e educadora em cuidados pré-natais, argumenta que essa visão ignora uma série de fatores clínicos e sociais que contribuem para o aumento das intervenções médicas durante o parto. Entre esses fatores estão a prática defensiva na medicina, a perda de habilidades e confiança dos profissionais de saúde em apoiar partos fisiológicos e a proliferação de desinformação nas redes sociais, que aumentam a ansiedade dos pais.
A Dra. Garrod destaca que, embora os fatores maternos desempenhem um papel importante, as mudanças na prática obstétrica e o ambiente social também são cruciais para entender essa crise. O aumento das cesarianas não resultou em melhorias nas taxas de mortalidade materna ou neonatal, levantando sérias preocupações sobre as consequências para a saúde e o bem-estar das futuras gerações. Essa situação exige uma reflexão profunda sobre as práticas obstétricas atuais e a necessidade de restaurar a confiança nas abordagens fisiológicas do parto.
Com mais da metade dos bebês nascendo por meio de intervenções cirúrgicas, é imperativo que os profissionais de saúde reavaliem suas abordagens e considerem os impactos a longo prazo dessas decisões. A falta de melhorias nas taxas de mortalidade sugere que é hora de repensar as práticas atuais e buscar um equilíbrio entre segurança e apoio ao parto natural, garantindo que as futuras gerações tenham um início de vida saudável.