A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS prendeu na madrugada desta terça-feira (30) o presidente da Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), Carlos Roberto Ferreira Lopes. Ele depôs por cerca de nove horas na segunda-feira (29) e foi detido após pedido unânime dos membros da comissão, acusado de falso testemunho durante seu depoimento. Esta é a segunda prisão realizada pela CPMI, que já havia detido um ex-diretor financeiro envolvido no esquema.
O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), apontou Lopes como um dos principais articuladores da fraude que desviou recursos de aposentados e pensionistas. Durante o depoimento, surgiram contradições sobre as relações empresariais do presidente da Conafer, especialmente com Cícero Marcelino, seu assessor e operador financeiro do esquema. Documentos do INSS indicam que a entidade realizou quase 96 mil novos cadastros de associados em apenas quatro meses durante a pandemia, levantando suspeitas sobre descontos irregulares em benefícios previdenciários.
A prisão de Lopes representa um avanço nas investigações sobre fraudes no INSS e pode desencadear novas ações judiciais contra envolvidos no esquema. O caso evidencia falhas na fiscalização dos descontos em benefícios sociais e reforça a necessidade de maior transparência na gestão dessas operações, impactando diretamente a credibilidade do sistema previdenciário brasileiro.
CPMI do INSS prende presidente da Conafer por falso testemunho e fraude
