A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) está prestes a ocorrer em Belém do Pará, mas enfrenta sérios desafios logísticos. Com apenas dois meses até o evento, obras de infraestrutura estão atrasadas e a capacidade hoteleira local é insuficiente, resultando em preços exorbitantes que afastam delegações internacionais. Até agora, apenas 68 das 196 delegações esperadas confirmaram presença, refletindo uma desconfiança crescente sobre a organização do evento.
O governo brasileiro, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, prometeu posicionar o Brasil como um líder ambiental global. No entanto, a realidade atual mostra um colapso iminente na capacidade de hospedagem e um planejamento falho que pode transformar a COP30 em um fiasco diplomático. A crise de hospedagem é tão severa que a rede hoteleira local não consegue acomodar nem metade do público esperado, levando a soluções improvisadas e preços que chegam a ser dez vezes superiores à média habitual.
As implicações dessa situação são profundas, com o risco de exclusão de vozes do sul global nos debates climáticos. O embaixador André Corrêa do Lago reconheceu a pressão enfrentada pelas delegações, especialmente dos países em desenvolvimento, que podem não conseguir participar devido aos altos custos. A escolha de Belém como sede da COP30 foi uma estratégia midiática ousada, mas a falta de preparação adequada pode comprometer não apenas a imagem do Brasil, mas também o futuro das discussões sobre mudanças climáticas.