A Cooxupé, a maior cooperativa de café do Brasil, está sob investigação após a descoberta de casos de trabalho análogo à escravidão em suas propriedades associadas. Entre abril e agosto, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgatou 81 vítimas, incluindo uma criança de 12 anos, e autuou cinco cafeicultores por condições degradantes de trabalho. Os auditores fiscais relataram restrições de locomoção e dívidas ilegais impostas aos trabalhadores, caracterizando práticas ilegais que desafiam a ética da cooperativa.
Com um faturamento histórico de R$ 10,7 bilhões em 2024 e 80% de suas 6,6 milhões de sacas de café exportadas, a Cooxupé deveria ser um exemplo em responsabilidade social. Jorge Ferreira dos Santos, coordenador da Adere-MG, destacou que a cooperativa deve garantir trabalho decente, especialmente ao promover seu café como sustentável. Apesar das alegações, a Cooxupé afirmou que bloqueia produtores envolvidos em violações trabalhistas assim que toma conhecimento oficial.
As implicações dessa situação são profundas, pois revelam um padrão preocupante de exploração no setor agrícola brasileiro. A continuidade dessas práticas pode afetar a reputação da Cooxupé e a confiança dos consumidores em produtos rotulados como sustentáveis. Além disso, a necessidade de uma fiscalização mais rigorosa e de políticas efetivas para proteger os direitos dos trabalhadores se torna cada vez mais evidente diante das denúncias crescentes.