As manifestações do 7 de Setembro deste ano foram marcadas por uma evidente desconexão entre as pautas políticas apresentadas e as necessidades reais do Brasil. Militantes da esquerda e da direita, em vez de celebrar a Independência do país, focaram em suas narrativas eleitorais, com a esquerda promovendo o “Grito dos Excluídos” e a direita clamando por anistia aos condenados do 8 de Janeiro. Essa polarização deixou de lado questões cruciais como o déficit primário e os investimentos em ciência e tecnologia.
A classe política, ao invés de abordar os problemas estruturais que afetam o desenvolvimento do país, optou por discursos que não refletem a realidade econômica brasileira. O déficit público, que alcançou R$ 66,6 bilhões em julho, e a redução drástica no orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, que perdeu quase R$ 3 bilhões, foram completamente ignorados nas manifestações. Essa falta de atenção às questões fundamentais levanta sérias preocupações sobre a responsabilidade dos líderes políticos em promover um futuro sustentável para o Brasil.
As implicações dessa desconexão são alarmantes, pois a ausência de um debate produtivo sobre os desafios enfrentados pelo país pode resultar em um agravamento da crise econômica e social. A classe política parece mais preocupada em manter suas bases eleitorais do que em buscar soluções para os problemas que afligem a população. Sem uma mudança nesse cenário, o Brasil poderá continuar a enfrentar dificuldades significativas em seu caminho rumo ao desenvolvimento.