A cineasta franco-tunisiana Kaouther Ben Hania apresentou no Festival de Cinema de Veneza seu filme ‘A voz de Hind Rajab’, que retrata a trágica história de uma menina palestina assassinada pelas forças israelenses enquanto tentava escapar da Cidade de Gaza. Em entrevista, Ben Hania afirmou que seu objetivo é dar ‘voz e rosto’ às vítimas do conflito, criticando a forma como a mídia frequentemente trata os mortos em Gaza como ‘danos colaterais’.
O filme, que é um dos 21 concorrentes ao Leão de Ouro, narra a angustiante experiência de Hind, que implorou por ajuda ao telefone após perder sua família durante um ataque. A diretora destacou a relevância do cinema e da arte para humanizar as histórias das vítimas, especialmente em um contexto onde as narrativas são frequentemente desumanizadoras. O uso do áudio real das ligações telefônicas feitas por Hind ao Crescente Vermelho intensifica o impacto emocional da obra.
Ben Hania, que fez história como a primeira cineasta tunisiana indicada ao Oscar em 2021, ressaltou a necessidade urgente de contar essas histórias, afirmando que muitas vezes as notícias nos fazem esquecer eventos cruciais. O filme não apenas busca resgatar a memória de Hind, mas também iluminar a realidade do sofrimento em Gaza, clamando por uma maior empatia e compreensão diante do conflito israelense-palestino.